Com Daniel de Oliveira, Julio Andrade, Francisco Gaspar, Thogun Teixeira, Richar Sammel, Sergio Rubinie Ivo Canelas.
A Estrada 47, co-produção Brasil, Itália e Portugal, dirigida por Vicente Ferraz, faz sua estreia mundial na Première Brasil do Festival do Rio 2013
Filme que retrata a aventura dos pracinhas brasileiros durante a campanha da Itália na Segunda Guerra é estrelado por Daniel de Oliveira, Julio Andrade, Francisco Gaspar e Thogun Teixeira, além dos atores internacionais Sergio Rubini, Richard Sammel e Ivo Canelas.
Um filme que dentro e fora da tela foi uma verdadeira guerra. Assim poderia ser definido A Estrada 47,um dos projetos mais desafiadores já realizados no cinema brasileiro. Produção repleta de aventuras, desde seu roteiro à sua produção, passando pelas filmagens, sempre tendo a natureza como um de seus protagonistas, A Estrada 47 faz sua première mundial no Festival do Rio 2013.
Coprodução entre Brasil, Itália e Portugal, o longa dirigido por Vicente Ferraz (do super premiado Soy Cuba, o Mamute Siberiano) narra a aventura de quatro pracinhas brasileiros que, em plena 2ª Guerra Mundial, foram enviados pelo governo do Brasil à Itália, para lutar contra o nazismo e o fascismo.
Assim como os outros 25 mil soldados brasileiros que lutaram na Europa quando o Brasil declarou guerra ao Eixo, os heróis de A Estrada 47 tinham uma realidade muito distante da dos europeus e americanos. Nossos pracinhas não passavam em sua grande maioria de jovens humildes e despreparados, que tiveram de uma hora para outra de aprender a combater não só o inimigo mas o frio que assolava o território europeu no inverno mais rigoroso da história até então. “Este filme é uma justa homenagem ao soldado anônimo. Aos tantos heróis que nunca tiveram o devido reconhecimento de sua bravura. É um bom momento para que o Brasil volte a discutir esta questão”, comenta a produtora Isabel Martinez.
Para viver estes heróis anônimos, foi escalado um pelotão de peso. Daniel de Oliveira é Guima, Julio Andrade é Tenente, Thogun Teixeira é Sargento Laurindo, Francisco Gaspar é Piauí. Na tropa internacional, o filme conta com o italiano Sergio Rubini, o alemão Richard Sammel e o português Ivo Canelas.
A TRAMA
No filme, quatro pracinhas que, repentinamente, foram parar no epicentro da guerra, no rigoroso inverno de 1944 e tiveram de se superar em todos os sentidos. Após um ataque de pânico, eles se perdem na neve e acabam encontrando um correspondente de guerra e dois soldados desertores: um italiano que quer se juntar à resistência e um alemão cansado da guerra. Assim, passam a formar um estranho grupo de deserdados de várias nacionalidades. Com ajuda dos dois ex-inimigos, os pracinhas tentarão desarmar o campo minado mais temido da Itália: A Estrada 47.
A 2ª Guerra não mudou somente o destino da humanidade no século 20, mas transformou para sempre as vidas desses brasileiros. Mais que os conflitos que toda guerra oferece, os protagonistas, assim como as tropas brasileiras, precisaram transpor as barreiras da língua, do preconceito, do despreparo e do medo. Ninguém contava com a capacidade de superação do soldado brasileiro. Muito menos os americanos. Mas os personagens conseguiram transpor A Estrada 47. E tiveram participação ativa e marcante, ainda que por vezes inesperada, no desenrolar da guerra.
São as pequenas-grandes histórias desta guerra e de nossos soldados que revela A Estrada 47. Mais que grandes conquistas e fatos que entraram para os relatos oficiais, o diretor e roteirista Vicente Ferraz revela os bastidores da participação do Brasil no conflito.
Além da versão oficial baseada em uma detalhada pesquisa de época, Ferraz contou com a contribuição valorosa dos depoimentos dos próprios pracinhas e ex-correspondentes de guerra. Sem cair na armadilha do chamado ‘filme de gênero’, A Estrada 47 não será um Filme de Guerra e vai muito além de um relato histórico. “Mais que os livros de história que li, o que mais me interessou foram os relatos dos próprios pracinhas. Vários escreveram livros de memória. Independentemente do valor literário, foi por meio daqueles relatos que entendi finalmente a dimensão daquela aventura: jovens, humildes, caboclos, mulatos, filhos do Brasil que estavam lá. A emoção, a coragem, o medo, o frio, a saudade humanizaram muito a idéia que eu tinha daquela guerra. Vi o melhor do brasileiro naqueles relatos”, declara o diretor.
A PRODUÇÃO
Para que a guerra cotidiana vivida pelos pracinhas tivesse na tela a veracidade necessária, Ferraz e a equipe de produtores fizeram questão que A Estrada 47 fosse rodado nas mesmas paisagens em que a guerra ocorreu. “Chegamos a pensar em filmar na Argentina, pois seria mais barato e mais prático. Mas não teria a mesma textura, a mesma memória que o lugar onde as batalhas se passaram. Depois de muita pesquisa, chegamos à conclusão de que rodar na Itália era imprescindível para poder fazer uma produção à altura da Historia” conta a produtora Isabel Martinez, da Três Mundos Produções.
Rodado na Itália, o projeto tem produção das brasileiras Três Mundos Produções e da Primo Filmes, da italiana Verdeoro e da portuguesa Stopline Films. “A coprodução foi um de nossos maiores desafios. Não só na questão burocrática e de organização de documentos, mas também nas diferenças culturais e no método de trabalho entre os profissionais de diversas nacionalidades”, comenta o produtor Matias Mariani, da Primo Filmes. “Uma aventura falada em 5 línguas, produzido por 4 produtoras de 3 países diferentes. Dos filmes mais desafiadores e excitantes que já fiz na minha vida”, completa o produtor. “Foi uma experiência que fez com que todos crescessem muito como produtores. De nossa parte, encaramos o desafio de fazer uma coprodução nacional, além de ter de aprender a coproduzir com outros países, com suas maneiras diferentes de pensar e trabalhar, dividir tarefas”, comenta a produtora e diretora assistente Joana Mariani (da Primo Filmes).
Isabel Martinez acrescenta que a divisão de tarefas foi um dos pontos mais cruciais do projeto. “Nossa escola de cinema vem do trabalho em coletivo e de pegar ‘na massa’ de fazedores mesmo, dentro de um espírito de cooperativa em que todos fazíamos muita coisa, ou quase tudo. Trabalhar em um projeto grande, em que é preciso que cada função seja muito bem definida para que tudo desse certo, e sendo regulado por um sindicato de lá, foi um grande desafio e um importante aprendizado”, completa a produtora.
“Entre tantas batalhas vencidas, acho que podemos comemorar. Sempre tivemos muita determinação e a certeza de que conseguiríamos, mas devemos comemorar muito o fato de que estamos estreando no Festival do Rio, sãos e salvos. É muito especial poder vencer esta guerra”, comenta Joana.
DIREÇÃO
Vicente Ferraz
O carioca Vicente Ferraz estudou comunicação na PUC Rio e se graduou na segunda turma da Escola de Cinema e TV de San Antonio de los Baños, em Cuba. Foi lá, nos anos 80, que descobriu Soy Cuba, de Mikhail Kalatozov. Desde esta época, tinha o sonho de dirigir um documentário sobre este clássico filmado em 1961 e lançado em 1964, espécie de poema filmado em homenagem ao regime socialista. Tempos depois, nos anos 90, quando voltou para a Escola de Cinema como professor da cadeira de Fotografia, reencontrou seu amigo Enrique Pineda, roteirista de Soy Cuba e esta amizade rendeu a parceria em Soy Cuba, O Mamute Siberiano, seu primeiro longa-metragem, que esteve na seleção oficial do IDFA – Holanda e no Sundance, além receber inúmeros prêmios, entre eles, o de melhor documentário no 33º Festival de Gramado e no Festival de Guadalajara 2005.
Antes disso, Ferraz já havia dirigido vários curtas e documentários no Brasil e outros países da América Latina. É também roteirista e fotógrafo. Em O Último Comandante, faz o roteiro e divide a direção com Isabel Martinez. Ainda inédito no Brasil, foi lançado na América Central com sucesso de crítica e ganhou diversos prêmios internacionais.
Em 2007, integrou a equipe de O Estado do Mundo, projeto que reuniu seis diretores internacionais (no qual Vicente dirigiu o episódio Germano) e integrou a Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes de 2007 e a seleção oficial do Festival Internacional de Cinema do Rio e São Paulo. Depois de anos trabalhando em seu projeto mais ambicioso, lança A Estrada 47 na mostra competitiva Première Brasil do Festival do Rio 2013.
ASSISTA AO TRAILER OFICIAL (2015)
A Estrada 47 Trailer Oficial (2015)
Fonte: PORTAL FEB
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