Por João Artur.
Casarão localizado no
Distrito de Água Verde no município de Guaiuba.
As margens da 060-CE, 41 quilômetros da capital cearense.
Guaiuba fica na Região
Metropolitana da Grande Fortaleza. Tem uma população estimada em 24.091
habitantes, segundo o último Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatísticas – IBGE. Água Verde é um dos Distritos. Os demais são Itacima,
Dourado, Baú, São Jeronimo além da Sede do Município.
O casarão foi construído no
Século XIX, de estilo neocolonial, mas que ao longo do tempo sofreu modificações em relação a sua construção
original. É bem ampla e espaçosa com dois pavimentos com
vista para o Maciço de Baturité.
O casarão é centenário. No
alto pode-se observar uma grande cruz. Formada em dois pavimentos. No primeiro
piso, as divisões são bem definidas: salas, quartos, cozinha, etc. Já no
segundo piso é possível encontrar uma infinidade de portas, janelas e
corredores curtos e baixos com pequenas aberturas para passagem da luz e de ar;
portas e tetos são tão baixos que pessoas só têm acesso se agachados.
A residência pertencia à
família do Senhor Durval, o primeiro dono que era de família tradicional. Depois
de sua morte os seus parentes tomaram de conta. Naquela época costumava-se
enterrar os seus parentes no terreno. Era costume de muitas famílias poderosas
desse período, criar um cemitério particular próximo da própria casa.
Alguns relatam que no
casarão havia uma senzala nas proximidades, mas não se tem um estudo que
comprove o fato. Muitos associam a possível existência de uma senzala no local,
devido a proximidade da Cidade de Redenção, onde muitos historiadores apontam
como sendo a primeira cidade do Brasil a alforriar seus escravos, quatro anos
antes da Lei Áurea (1888).
Segundo relatos locais, o
seu último proprietário faleceu no local, e desde então o casarão ficou
abandonado por muitos anos. Há relatos de pessoas que testemunharam eventos
paranormais na casa.
Uma testemunha que não quis
se identificada nos relatou um fato interessante ocorrido na casa.
“(...)
Numa noite vi a casa envolta num incêndio que durou toda a noite. De manhã, fui
até lá para avaliar os estragos, e constatei que não havia incêndio algum, tudo
estava como antes”.
Através desse e de outros
relatos, é possível perceber que o casarão ganhou no imaginário popular como
sendo uma casa mal assombrada. Não tem esse que por lá não passe e não indague:
“olha a casa mal assombrada!” É assim, de estória em História, que se forma em
torno do casarão, a ideia de assombrada e misteriosa.
Gritos, lamentos, vozes,
sussurros, choros de crianças, gargalhadas assustadoras; portas batem, janelas
fecham, luzes se apagam e correntes se arrastam. É o relato daqueles que
conseguiram por pouco tempo permanecer na casa.
Há depoimentos de quem morou
por lá e diz que os “fatos sobrenaturais” ocorridos realmente são verdadeiros e
que ocorrem sempre à meia-noite, meio-dia e às 18:00 horas.
Miguel Coelho, uma auxiliar
de enfermagem que viveu no casarão no ano de 2010, narra histórias assustadoras ocorridos na casa,
devido os acontecimentos, o mesmo só permaneceu cerca de três meses no local. Miguel teve o
seu depoimento gravado até na Rádio Rede Escola Portal da Serra do Centro de
Educação, Arte e Cultura de Guaiuba.
“No
primeiro mês foi tranquilo, mas a partir do segundo mês apareceram coisas
estranhas como vozes de homens e mulheres chamando o meu nome. Eu respondia e
não aparecia ninguém”.
O mesmo Miguel, de formação
católica, e que não crer na volta de espíritos para a terra dos viventes, ou
seja, na doutrina espirita, nos conta que “viu um homem de seus 40 anos, por voltas
das 18:00 horas da noite, passar pela casa e sumir”.
Para ele “tem
algo que os antepassados enterraram nas
proximidades da casa, como moedas de ouro e prata, e deve se por causa disso
que surgem essas coisas estranhas”.
Atualmente os herdeiros do
casarão são os irmãos Waldir Cavalcante e Silvia Cavalcante. O senhor Waldir, não
demostra temor em morar na casa e planeja, após o término do inventário do imóvel, pretende
restaurar e ficar residindo na mesma.
Em 2013-2014 devido a
duplicação da 060-CE o Governo do Estado do Ceará, teve que fazer um desvio, deixando o casarão no meio, entre as vias, preservando-a. Dizem algumas pessoas da
comunidade que os engenheiros foram atormentados em sonhos para que não
demolisse o casarão. Será?
Hoje completamente
abandonada, são outras vozes que soam naquele casarão, são as vozes da droga,
da violência e da prostituição, que assustam a comunidade local. Com isso, é
possível concluir que não são os mortos que nos assustam, mas a ação dos vivos
que por lá residem.
Fontes Consultadas
Site Fortaleza em Fotos
Blog Noite Sinistra
Arquivos do Insólito
Arquivos da Tribuna do Ceará
Fotos dos Arquivos de:
Rodrigo Paiva (Fev. 2014), Aragão, Evanildo Freitas, Luiz Joacir, Coisas de Cearenses, Herlanio Evangelista, Blog Assombrações, e Alice Bessa.
Foto: Rodrigo Paiva - Fortaleza em Fotos e Fatos
Foto: Rodrigo Paiva - Fortaleza em Fotos e Fatos
Foto: Rodrigo Paiva
Foto: Rodrigo Paiva
Foto: Luiz Joacir
Foto: Rodrigo Paiva
Foto: Luiz Joacir
Foto: Rodrigo Paiva - Fortaleza em Fotos e Fatos
Foto: Alice Bessa