sexta-feira, 10 de abril de 2015

Antonio Diogo, Distrito de Redenção, Ceará.


Igreja Matriz

O transporte ferroviário foi de fundamental importância para as localidades do interior do Estado. Enquanto ainda não era atravessado pelos trilhos, os lugarejos tinham sua imagem fortemente marcada pela ausência de uma dinâmica própria do desenvolvimento econômico, que chegaria mais tarde com o tráfego ferroviário.

A linha-tronco, ou linha Sul, da Rede de Viação Cearense surgiu com a Estrada de Ferro de Baturité, aberta em seu primeiro trecho em 1872 a partir de Fortaleza e prolongada nos anos seguintes. Quando a ferrovia estava na atual Acopiara, em 1909, a linha foi juntada com a E. F. de Sobral para se criar a Rede de Viação Cearense, imediatamente arrendada à South American Railway. Em 1915, a RVC passa à administração federal.

A linha chegou ao seu ponto máximo em 1926, atingindo a cidade do Crato, no sul do Ceará. Em 1957 passa a ser uma das subsidiárias formadoras da RFFSA e em 1975 é absorvida operacionalmente por esta. Em 1996 é arrendada juntamente com a malha ferroviária do Nordeste à Cia. Ferroviária do Nordeste (RFN). 



Estação de Canafístula, inaugurada em 1880, ao pé da Serra do Vento, entre Fortaleza e Baturité. Na década de 1940 o lugar passou a se chamar Antônio Diogo. 


Com a desativação da linha, o prédio da antiga estação, encontra-se atualmente com as portas lacradas, abandonado e cercado de mato rasteiro, esperando o momento certo de virar ruínas. O Distrito de Antônio Diogo está em vias de se tornar município,  uma vez que preenche os requisitos para tanto e o processo já está em andamento. Bem que os atuais gestores podiam começar pela preservação do patrimônio histórico e cultural da nova futura cidade.      


A Estrada de Ferro foi de grande importância para o desenvolvimento do Ceará e influenciou muito na criação das cidades por onde ela cruzava, não apenas fez surgir novos núcleos de povoamento, mas também fez surgir novas ruas, novos traçados. 


A inauguração da Estação de Canafístula, movimentou o comércio local e todo tipo de mercadoria era trazido para se vender na chegada do trem, principalmente comidas típicas, frutas e peças de artesanato local, aproveitando a nova freguesia que chegava a bordo dos trens de ferro. As vendas feitas aos passageiros e visitantes, passaram a ser a principal fonte de renda de muita gente do lugar. Suas idas e vindas mexiam com tudo por onde passava, movimentava pessoas, cargas, lugares, vidas e sonhos.




Casas e ruas de Antônio Diogo, emolduradas pelo verde profundo da Serra do Vento, pertencente ao maciço de Baturité.




Uma legítima bodega cearense, um dos últimos exemplares de um tipo de comércio que a modernidade tratou de banir da cena urbana.  

Fonte: Ceará em Fotos.
Fotos: Rodrigo Paiva e Fátima Garcia 
Foto da estação antiga: http://www.estacoesferroviarias.com.br

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HISTÓRIA DE PACOTI - CEARÁ

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