Como uma virgem, trêmula, contrita, Recebendo Deus, daqui da terra,
Uma hóstia do Céu, hóstia bendita.
Como foi, para vê-la assim? De neves
Era o véu transparente, que a cobria,
Vendo-se aqui e ali negros tons leves,
Do negro que do verde aparecia.
Tons negros, talvez restos, que os comparo,
Tons negros, talvez restos, que os comparo,
De alguma nuvem torva, esfacelada.
Por Deus, que só queria o Céu bem claro,
Porque ia dar a hóstia consagrada!
O cafeeiral, que rebentava em flores,
A grinalda na fronte lhe botava;
E o frio, rebento dos temores,
No seu íntimo, o frio rebentava!
Assim a Natureza era o sacrário,
De onde Deus dava a comunhão radiosa
À Serra! E era o Céu o grande hostiário
E era a lua, a hóstia luminosa.
E digam que eu não vi a minha Serra,
Como uma virgem, de grinalda e véu,
Recebendo de Deus daqui da terra,
A hóstia luminosa lá do Céu!
extraído do blog: logradourobellaepoque.blogspot.com/ por Artur Ricardo - Historiador.
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