Franklin Távora (João F. da Silveira T.), advogado, jornalista, político, romancista, teatrólogo, nasceu em Baturité, CE, em 13 de janeiro de 1842, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 18 de agosto de 1888. É o patrono da Cadeira n. 14, por escolha do fundador Clóvis Beviláqua.
A história de Pernambuco oferece-nos exemplos de heroísmo e grandeza moral que podem figurar nos fastos dos maiores povos da antigüidade sem desdourá-los. Não são estes os únicos exemplos que despertam nossa atenção sempre que estudamos o passado desta ilustre província, berço tradicional da liberdade brasileira. Merecem-nos particular meditação, ao lado dos que aí se mostram dignos de gratidão da pátria pelos nobres feitos com que a magnificaram, alguns vultos infelizes, em quem hoje veneraríamos talvez modelos de altas e varonis virtudes, se certas circunstâncias de tempo e lugar, que decidem dos destinos das nações e até da humanidade, não pudessem desnaturar os homens, tornando-os açoites das gerações coevas e algozes de si mesmos. Entra neste número o protagonista da presente narrativa, o qual se celebrizou na carreira do crime, menos por maldade natural do que para crassa ignorância, que em seu tempo agrilhoava os bons instintos e deixava soltas as paixões canibais. Autorizam-nos a formar este juízo do Cabeleira a tradição oral, os versos dos trovadores e algumas linhas da história que trouxeram seu nome aos nossos dias envolto em uma grande lição.
À sua audácia e atrocidade deve seu renome este herói legendário, para o qual não achamos par nas crônicas provinciais. Durante muitos anos ouvindo suas mães ou suas aias cantarem as trovas comemorativas da vida e morte desse como Cid, ou Robin Hood pernambucano, os meninos, tomados de pavor, adormeceram mais depressa do que se lhes contassem as proezas do lobisomem ou a história do negro do surrão muito em voga entre o povo naqueles tempos.
Com a simplicidade irrepreensível que é o primeiro ornamento das concepções do espírito popular, habilitam-nos esses trovadores a ajuizarmos do famoso valentão pela seguinte letra:
Fecha a porta gente,
Cabeleira aí vem,
Matando mulheres,
Meninos também.
O Cabeleira chamava-se José Gomes, e era filho de um mameluco por nome Joaquim Gomes, sujeito de más entranhas, dado à prática dos mais hediondos crimes.
De parceria com um pardo de nome Teodósio, que primou na astúcia e nos inventos para se apossar do que lhe não pertencia, percorriam José e Joaquim o vasto perímetro da província em todas as direções, deixando a sua passagem assinalada pelo roubo, pelo incêndio, pela carnificina.
Um dia assentaram dar um assalto à própria vila do Recife.
As populações do interior, em sua maioria destituídas de bens da fortuna, e então muito mais espalhadas do que atualmente, pouco tinham já com que cevar a voracidade dos três aventureiros a quem desde muito pagavam um triplo imposto consistente em víveres, dinheiro e sangue. O assalto foi resolvido em secreto conciliábulo dentro das matas do Pau-d’alho, onde mais de uma vez se haviam reunido para concertos idênticos.
Na mesma hora aperceberam-se para a temerária tentativa, e, com o arrojo que lhes era natural, puseram-se a caminho, contando de antemão com o feliz sucesso em que tinham posto a mira.
À notícia da sua aproximação, a maior parte dos moradores, deixando os povoados, então muito fracos por não terem ainda a densidão que só um século depois tornou alguns deles respeitáveis, emigrou para os matos, único abrigo com que lhes era permitido contar, embora se achassem a poucas léguas do Recife; tais houve que, não tendo tempo ou recursos para fugir aos cruéis visitantes, lhes deram hospedagem, como meio de não incorrerem no seu desagrado.
Ao declinar do dia seguinte, eram eles na Estância. Sentaram-se no adro da capela de taipa que fora aí levantada por Henrique Dias, para recordar aos vindouros que nesse lugar tivera ele o seu posto militar pelas guerras da Restauração. Esse posto era dentre todos o que ficava mais vizinho ao inimigo. Eloqüente testemunho da bravura do troço da gente preta a quem a pátria reservou distinta menção nas maiores páginas da história colonial.
- É muito cedo para entrarmos na vila - disse o Cabeleira. E não será até melhor que o Teodósio vá primeiro que nós para assentar ainda com dia no meio mais certo de realizar a empresa?
- Tens razão, José Gomes - acrescentou Joaquim; o Teodósio, que é macaco velho, deve ir adiante a sondar as coisas. Para bater o pé ao inimigo e fazer frente a qualquer dunga, vocês sabem muito bem que eu sou cabra decidido; agora, para espertezas, não contem comigo, isso é lá com o Teodósio que é mestre em saberetes; e ninguém lhe vai ao bojo.
Os três malfeitores traziam consigo bacamartes, parnaíbas, facas e pistolas.
Cabeleira podia ter vinte e dois anos. A natureza o havia dotado com vigorosas formas. Sua fronte era estreita, os olhos pretos e lânguidos; o nariz pouco desenvolvido, os lábios delgados como os de um menino. É de notar que a fisionomia deste mancebo, velho na prática do crime, tinha uma expressão de insinuante e jovial candidez.
Joaquim, que contava o duplo da idade de seu filho, era baixo, corpulento e menos feio que Teodósio, o qual, posto que mais entrado em anos, sabia dar, quando queria, à cara romba e de cor fula uma aparência de bestial simplicidade em que só uma vista perspicaz e acostumada a ler no rosto as idéias e os sentimentos íntimos, poderia descobrir a mais refinada hipocrisia.
- Entendo que é bem lembrado o que dizes, Cabeleira - acrescentou o cabra, levantando-se; corro sem demora a armar o laço para apanhar o passarinho; ainda que, a bem dizer, já cá tenho o meu plano que há de cair tão certinho como S. João a vinte e quatro.
- E onde depois nos encontraremos? - perguntou Joaquim, vendo que Teodósio se achava já de marcha para a vila.
- Não será o mais custoso. Esperarei por vocês debaixo da ingazeira da ponte.
Teodósio, não estando mais para conversa, conchegou o chapéu de palha à cabeça, para que o vento não lho arrebatasse, e desapareceu em rápido marche-marche, por detrás dos matos que naquele tempo enchiam ainda em sua maior parte a zona onde hoje se ostenta com suas graciosas habitações, entre risonhos verdores, a Passagem da Madalena.
Antes que o sol descesse ao horizonte e as trevas envolvessem de todo a natureza, meteram-se o pai e o filho pelo caminho onde um quarto de hora atrás havia desaparecido o outro companheiro, alma do negócio e principal responsável pelos perigos a que todos eles iam expor talvez a própria vida.
A solidão estava sombria e triste.
Contavam-se então as casas por aquelas paragens. Em torno delas o deserto começava a aumentar, antes de pôr-se o sol. Uma lei cruel, a lei da necessidade, obrigava os moradores a trancar-se cedo por bem da própria conservação.
Os roubos e assassinatos reproduziam-se com incrível freqüência nos caminhos e até nas beiradas dos sítios.
Sólidas habitações não tinham em muitos casos assegurado às famílias inelutável obstáculo ao assalto dos malfeitores. Triste época em que o despotismo tudo podia contra os cidadãos pacíficos e bons, nada contra a parte cancerosa da sociedade!
A vila estava em festa. Foi no primeiro domingo de dezembro de 1773. Era governador Manuel da Cunha de Meneses, depois conde de Lumiar, jovem fidalgo a quem a igreja pernambucana deve distintos benefícios,
Com a data do 1o daquele mês tinha ele feito publicar um bando pelo qual ordenara aos moradores que pusessem luminárias em demonstração da alegria que causara à nação portuguesa a abolição dos jesuítas em todo o orbe cristão, pelo santo padre Clemente XIV.
No lugar onde existe a formosa ponte Sete de Setembro, que liga o bairro do Recife ao de Santo Antônio, via-se nessa época uma ponte de madeira, a qual fora mandada construir em 1737 sobre os sólidos pilares de pedra e cal da primitiva ponte, obra de Maurício de Nassau, por Henrique Luís Vieira Freire de Andrade, um dos governadores que mais honrada e benemérita memória deixaram de si em Pernambuco.
Era uma rica construção, nada menos do que uma rua suspensa sobre as águas do rio Capibaribe, que passa aí reunido ao Beberibe depois de um curso de oitenta léguas por entre matas, por sobre pedras e ao pé de pitorescas vilas, povoações e arrabaldes. De um e outro lado, exceto na parte central, que fora guarnecida de bancos para recreio do público, viam-se pequenos armazéns de taipa de sebe em que se vendiam miudezas e ferragens. Estes armazéns, que logo depois de prontos acharam alugadores, começaram a render a quantia de oitocentos mil réis anuais, a qual no começo do século corrente se havia elevado à de quatro contos de réis. Com a fundação das casinhas sobreditas teve por fim o governador criar uma fonte de rendas destinada à conservação das pontes da província, quase toda nesse tempo em deplorável ruína. Destas obras com que dotou Pernambuco o gênio desse ilustre governador, não resta hoje o menor vestígio. Tudo desapareceu, tudo, até as arcadas holandesas que ainda alcancei. O monumento das idades é mais depressa destruído pelos homens do que pelo tempo, esse consumidor que, com ser voraz, não deixa de respeitar a obra da virtude.
À boca da noite os dois aventureiros chegaram à parte do bairro da Boa Vista que é de nós conhecida por Ponte Velha. Raras casas mostravam-se então aí.
A pouca distância para o sul do lugar onde existira a antiga ponte, nesse tempo já substituída pela da Boa Vista mandada construir por Henrique Luís, a quem já nos referimos, levantava-se na margem uma ingazeira idosa e ramalhuda. Abrindo sobre o rio a copa, à semelhança de chapéu de sol, formava esta árvore uma vasta camarinha que servia de porto de abrigo aos canoeiros quando o vento era teso, e as marés puxavam com velocidade. Debaixo desse teto protetor as águas corriam sempre mansas e banançosas, e, sem primeiro descer ao pé do gigantesco vegetal, era difícil descobrir, pela densidão da sua folhagem, qualquer objeto ou ente que à sombra desta se acolhesse, ainda que estivesse o sol dardejando os seus luminosos raios. Fora este o ponto de reunião indicado por Teodósio aos companheiros.
Dar com as primeiras casas iluminadas foi para os dois valentões motivo de justo espanto e receio. Não sabendo do regozijo oficial, e tendo bem presentes na consciência os crimes que haviam cometido, logo lhes pareceu que seriam descobertos ao clarão das luzes, não se demorando o clamor público, se assim acontecesse, a denunciás-los às justiças de el-rei.
Pelo voto de Cabeleira tinha-se verificado no mesmo instante a volta ao deserto. Mas Joaquim cuja temeridade não conhecia limites, desprezando os conselhos do filho sobre o qual exercitava a tirania do déspota primeiro que a autoridade do pai, foi fazer alto ao pé da ingazeira sobredita, tendo atravessado para chegar a este ponto as ruas mais públicas do nascente bairro da Boa Vista.
Profundo silêncio reinava no vasto areial que guarnecia o rio por aquele lado. As águas mal se moviam. Desceram os dois à margem a ajuntar-se a Teodósio, conforme o convencionado, mas a sua expectativa foi iludida; não havia aí vivalma; unicamente se mostrou aos seus olhos um corpo negro oscilando debaixo da folhagem, ao brando ondear das águas: era uma canoa que estava presa por uma corda ao tronco da ingazeira.
Depois de alguns momentos de espera, não sem inquietação para os recém-chegados, um ruído que veio interromper o silêncio reinante na margem, obrigou-os a pôr-se em armas por precaução. A corda rapidamente encurtando atraiu sem auxílio visível a canoa à margem e um corpulento canoeiro, nu da cintura para cima, arrastando uma vara pela mão, saltou à frente dos malfeitores.
- Sou eu, Cabeleira, sou eu.
- Teodósio! Meteste-te em boas.
- Eu estava escondido dentro da canoa para fazer um susto a vocês.
- A bom diabo te encomendaste hoje que o meu bacamarte mentiu fogo duas vezes - disse Cabeleira.
- Não falemos mais nisso - acudiu Teodósio; celebraremos depois o caso. Por agora vamos ao que importa.
- Que é que há?
- Não me estão vendo em figura de canoeiro? Vamos a ela enquanto é tempo.
Teodósio inclinou-se para passar aos dois um segredo que em pouco tempo foi por ambos compreendido, e que entrou no mesmo instante a ser posto em execução pelos três. O pai e o filho foram guardar as armas de fogo na canoa, e o cabra saltou novamente dentro dela e fez-se ao largo. Quem visse um instante depois o lenho resvalando na vasta superfície do rio, à claridade dos astros da noite, juraria que nessa sombra fugitiva, nesse ponto que se perdeu por fim nos seios da escuridão, não ia mais que um canoeiro, sabedor das manhas das águas e senhor dos meios de as vencer. Ia entretanto aí uma maldade muito mais considerável e perigosa, porque era hipócrita e estava disfarçada, do que a malvadez de Joaquim sempre alerta, e a impavidez de José sempre franco até na estratégia e na emboscada.
Estes dois últimos, tanto que o cabra se afastou da margem, atravessaram a ponte da Boa Vista e, ladeando o canal que cercava Santo Antônio pelo lado ocidental e ia encher ao sul as valas da fortaleza das Cinco pontas, e ao norte as do forte Ernesto, hoje inteiramente desaparecido, passaram em frente do palácio do governador e por este forte, o qual ficava pouco adiante do convento de S. Francisco, e entraram na ponte do Recife que apresentava uma vista majestosa e deslumbrante. Colunas e arcos triunfais profusamente iluminados tinham sido ali erguidos a iguais distâncias. Ao som das músicas marciais, o povo percorria o aéreo passeio entre risos e folgares.
Ainda bem que não se haviam os malfeitores confundido com os passeantes, quando se ouviu um grito arrancado pelo pânico terror de um matuto que os conhecera.
- Cabeleira! O Cabeleira? Grandes desgraças vamos ter, minha gente! - clamou o mal-avisado roceiro.
Estas palavras caíram como raios motíferos no meio da multidão que se entregava, incuidosa e confiante, ao regozijo oficial.
A confusão foi indescritível. Às expansões da pública alegria sucederam as demonstrações do geral terror. Homens, mulheres, crianças atropelaram-se, correndo, fugindo, gritando, caindo como impelidos por infernal ciclone. A fama do Cabeleira tinha, não sem razão, criado na imaginação do povo um fantasma sanguinário que naquele momento se animou no espírito de todos e a todos ameaçou com inevitável extermínio.
Ouvindo aquelas palavras e sendo assim surpreendidos por uma ocorrência com que não contavam, os dois malfeitores instintivamente bateram mãos das parnaíbas primeiro para se defenderem, por lhes parecer que corria a sua liberdade iminente perigo, que para investirem com a massa ingente, a qual aliás fugia como rebanho apavorado pela presença das onças. Os seus gestos concorreram para aumentar o terror da multidão, a qual, mal interpretando-os, imaginou que ia ter começo a carnificina.
- Sim, é o Cabeleira, gente fraca. Ele não vem só, vem seu pai também1 - gritou José Gomes, cujo rosto começou a anuviar-se.
Joaquim, feroz por natureza, sanguinário por longo hábito, descarregou a parnaíba sobre a cabeça do primeiro que acertou de passar por junto dele. A cutilada foi certeira, e o sangue da vítima, espadanando contra a face do matador, deixou aí estampada uma máscara, através da qual só se viam brilhar os olhos daquele animal humano.
José Gomes, por irresistível força do instinto que muitas vezes o traiu aos olhos do carniceiro pai, voltou-se de chofre e lhe disse:
Para que matar, se eles fogem de nós?
Matar sempre, Zé Gomes - retorquiu o mameluco com as narinas dilatadas pelo odor do sangue fresco e quente que do rosto lhe descia aos lábios e destes penetrava na boca cerval. Não temos aqui um só amigo. Todos nos querem mal. É preciso fazer a obra bem feita.
Este homem era o gênio da destruição e do crime. Por sua boca falavam as baixas paixões que à sombra da ignorância, da impunidade e das florestas haviam crescido sem freio e lhe tinham apagado os lampejos da consciência racional que todo homem traz do berço, ainda aqueles que vêm a ser depois truculentos e consumados sicários. Seu coração estava empedernido, seu senso moral obcecado.
Nenhum sentimento brando e terno, nenhum pensamento elevado exercitava a sua salutar influência nas ações deste ente degenerado e infeliz.
- Estás com medo, Zé Gomes, deste poviléu? Parece-me ver-te fraquear. Por minha bênção e maldição te ordeno que me ajudes a fazer o bonito enquanto é tempo. Não sejas mole, Zé Gomes; sê valentão como é teu pai.2
Tendo ouvido estas palavras, o Cabeleira, em cuja vontade exercitava Joaquim irresistível poder, fez-se fúria descomunal e, atirando-se no meio do concurso de gente, foi acutilando a quem encontrou, com diabólico desabrimento. Como dois raios exterminadores, descreviam pai e filho no meio da massa revolta desordenadas e vertiginosas elipses.
A geral consternação teria cessado em poucos instantes se o povo pudesse escapar pelas duas entradas da ponte. Achavam-se porém estas já tomadas por piquetes de infantaria às pressas organizados para embargarem a fuga aos matadores e reduzi-los à prisão.
À medida que estes piquetes se foram movendo das extremidades para o centro, a populaça, obrigada a aproximar-se dos assassinos, preferiu a este perigo atirar-se ao rio, e a baldeação não se fez esperar.
Em poucos momentos os perturbadores da ordem acharam-se debaixo das vistas da força pública. O lugar da cena estava inteiramente desocupado. As colunas militares operaram um movimento único, indescritível. Carregaram sem demora sobre os delinqüentes que, à vista da estreiteza do passo e do cerco, só nas águas puderam, como as suas vítimas, achar salvação.
Um soldado, impelido talvez primeiro pelo ímpeto da paixão que pela consciência do dever, o qual em ocasiões iguais àquela raramente fala mais alto que os instintos animais, atirou-se de arma em punho após os assassinos, com o fim de apreender um dos dois, ainda que lhe custasse a própria vida. Não logrou o seu intento este valente defensor da sociedade e da lei. Quando sua mão tocava em um dos delinqüentes, de cima de uma canoa que nesse momento desatracara da ponte, desfecharam-lhe com a vara tão forte golpe sobre a cabeça, que o infeliz, perdendo os sentidos, foi arrebatado pela corrente. Igual cena se presenciou em 1821, figurando como vítima João Souto Maior, que procurara salvar-se no rio depois de haver ferido com um tiro de bacamarte na ponte de Boa Vista o governador Luís do Rego Barreto.
Assim se passou na vila do Recife a noite do primeiro domingo de dezembro de 1773, noite memorável, que principiou pela alegria e terminou pelo terror público.
Notas:
1. A trova popular diz:
Corram, minha gente,
Cabeleira aí vem;
Ele não vem só,
Vem seu pai também.
2. Dizem os trovadores:
Meu pai me pediu
Por sua bênção
Que eu não fosse mole
Fosse valentão.
(O cabeleira, 1876)
Fonte: Academia Brasileira de Letras.
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