domingo, 19 de abril de 2015

A Índia Iracema imortalizada na Obra de José de Alencar.



Iracema é muito mais que um município ou uma praia cearense. A lenda do Ceará teve sua origem nos primórdios da década de 1860, na obra literária de José de Alencar, fazendo parte da trilogia indianista do autor. Em seu romance, Alencar criou uma explicação poética para as origens do estado, por isso o subtítulo da obra - "Lenda do Ceará". Desde então, Iracema se tornou símbolo da terra da luz.



Resumos Literários - IRACEMA - José de Alencar

Aos "verdes mares bravios da minha terra natal, onde canta a jandaia nas frondes da carnaúba".
Além, muito além daquela serra, que ainda azula no horizonte, nasceu Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da graúna e mais longos que seu talhe de palmeira.
Iracema certo dia, apenas saíra do banho, ouviu um estranho rumor: então foi rápida como, como o olhar, o gesto de Iracema. A flecha embebida no arco partiu e gotas de sangue borbulhavam na face do desconhecido; arrependida, porém Iracema faz amizade com aquele guerreiro branco e o leva até a cabana de seu pai, o velho Araquém, onde é bem recebido.
Entre Iracema e Martim nasce uma grande afeição. Martim fala a Araquém que era o único entre os que ficaram na terra desconhecida e que fizera amizade com Poti, irmão de Jacaúna. Irapuã o maior chefe da nação tabajara, estava preparando os guerreiros para conduzi-los contra o inimigo pitiguara. Martim quer partir, mas Iracema lhe diz que deve esperar a chegada de seu irmão Caubi, que conhece bem aquelas paragens e poderia servi-lhe de guia. Martim apaixona-se também por Iracema.
Irapuã que matar Martim. Iracema intervém dizendo que o estrangeiro era hóspede do pajé e quem, mas um obstáculo intervia pois Iracema era filha do pajé e guardava o segredo da jurema e quem possuísse a de Tupã morreria.
Na cabana de Araquém, Iracema dá a Martim o "vinho de Tupã", Martim adormece...Quando a manhã surgiu, Iracema ainda se encontrará abraçada ao guerreiro branco. No dia seguinte Martim parte, acompanham-no Caubi e Iracema.
Os tabajaras ofendidos por Ter Martim levado a virgem de Tupã, os perseguem. Iracema revela a Martim que ela se tornara sua esposa, quando ele havia dormido na cabana de Araquém sob os efeitos do "vinho de Tupã".
Do outro lado os pitiguaras se aproximavam à procura de Martim. Embora Martim pense em evitar o encontro dos tabajaras e dos pitiguaras conduzidos por Jacaúna e Poti varriam a floresta. Fugindo, os tabajaras arrebataram seu chefe ao ódio da filha de Araquém que o podia abater com a Jandaia abate o prócero coqueiro roendo-lhe o cerne.
Os olhos de Iracema estendidos pela floresta, viram o chão juncado de cadáveres de seus irmãos; e longe o bando dos guerreiros tabajaras que fugia em nuvem negra de pó. Aquele sangue que enrubescia a terra era o mesmo brioso que lhe ardia nas faces de vergonha. O pranto orvalhou seu lindo semblante.
Três sóis havia que Martim e Iracema estavam nas terras dos pitiguaras, senhores das margens do Camoçim e Acaracu.
Os estrangeiros (Martim e Iracema) tinham sua rede na vasta cabana de Jacaúna. O valente chefe guardou para si o prazer de hospedar o guerreiro branco, mas Iracema estava tomada de profunda tristeza por estar morando no meio dos inimigos do seu povo; então Martim e Iracema se afastam dali e, viajando na direção do mar, constróem perto da praia uma habitação, vizinha a um grande rio. Quatro luas haviam iluminado o céu depois que Iracema deixara os campos do Ipu; e três depois que ela habitava nas praias do mar de seu esposo.
Iracema era feliz. Martim e Poti entregavam-se à caça; a virgem separava-se dele então, para sentir ainda mais ardente o desejo de vê-lo. A lagoa próxima era chamada pelos índios "Porangaba", ou lagoa da beleza, pois nela se banhava Iracema, a mais bela filha da raça de Tupã. Iracema anunciou que esperava um filho, então Martim ajoelhou ali e cingindo-a com os braços, beijou o seio fecundo da esposa; Martim que vivia irmanado com os pitiguaras, pintou seu corpo como faziam aqueles índios. E tomou o nome de Coatiabo, sugerido por Iracema. Poti deu ao seu irmão o arco e o tacape, que são as armas nobre do guerreiro, Iracema havia tecido para ele o cocar e araçoia, ornatos dos chefes ilustres. A filha de Araquém foi buscar à cabana as iguarias do festim e os vinhos de jenipapo e mandioca. Os guerreiros beberam copiosamente trançaram as danças alegres.
A felicidade durou por vários meses na cabana de Iracema e Martim. Viram umas asas brancas, que adejavam pelos campos azuis. Conheceu o cristão que era uma grande igara de muitas velas, como construíam seus irmãos; e a saudade da pátria apertou-lhe o seio. Chega um índio pitiguara trazendo a notícia: os pitiguaras estavam em perigo, o branco tapuia e os tabajaras havia-se aliado para atacá-los. Poti e Martim partem para guerra; Iracema fica sozinha. Depois de muitos dias, porém, Poti e Martim voltaram vitoriosos. Novamente a felicidade reina na cabana de Iracema. Mas não dura muito, por que a tristeza tomou conta de Iracema; Martim tinha o pensamento voltado para a terra de seus pais. Quando o teu filho deixar o seio de Iracema - diz a esposa - ela morrerá, como o abati depois que deu seu fruto, então o guerreiro branco não terá mais quem o prenda na terra estrangeira. Novamente os guerreiros brancos (franceses), aliados agora aos ferozes tupinambás, se aproximam para invadir as praias dos pitiguaras. Martim e Poti partem uma vez para a guerra. Saem vitoriosos os pitiguaras.
Iracema sentido que se lhe rompia o seio, buscou a margem do rio, onde crescia o coqueiro, estreitou-se com a haste da palmeira. A dor lacerou suas entranhas; porém logo o choro infantil inundou sua alma de júbilo. A jovem mãe, orgulhosa de tanta centura, tomou o tenro filho nos braços e com ele arrojou-se às águas límpidas do rio.(...) - Tu és Moacir o nascido do meu sofrimento. Caubi irmão de Iracema vem visitá-la, Iracema pede noticias dos seus, Caubi lhe diz que Araquém , depois da fuga de Iracema- "Sua cabeça vergou para o peito e não se ergue mais". Caubi se condói da tristeza que vê estampada no rosto de Iracema. Iracema volta a ficar só, está enfraquecendo, sente-se abandonada e doente. Japi, o cachorro, chega, e reanima-se o coração de Iracema. Cheio de ansiedades volta Martim; de repente, entre os ramos das árvores, seus olhos viram, sentada à porta da cabana. Iracema com o filho no regaço e o cão a brincar. Seu coração arrojou de um ímpeto, e a alma lhe estalou no lábios: Iracema !... A triste esposa e mãe soabriu os olhos, ouvindo a voz amada. Com esforço grande pode ergue o filho nos braços, e apresentá-lo ao pai, que o olhava estático em seu amor. Iracema não se ergue não se ergue mais dá rede onde a pousaram os aflitos braços de Martim. Iracema foi enterrado ao pé do coqueiro, à borda do rio. Martim volta para sua terra natal com seu filho e o cão fiel. Depois voltando às terra que haviam sido a sua felicidade e "são agora de amarga saudade", quando tocou a terra onde dormia sua esposa, seu coração se transmudou e chorou. Martim vinha acompanhado de muitos guerreiros brancos para fundar no Ceará a civilização cristã. Poti recebeu o batismo. "Tudo passa sobre a terra".
Lábios de mel
Em guarani significa lábios de mel - de ira, mel, e tembe - lábios.
Tembe na composição altera-se em ceme, como na palavra ceme iba.
Iracema, o livro de José de Alencar   



Lenda criada por Alencar, Iracema explica poeticamente as origens de sua terra natal.
A "virgem dos lábios de mel" tornou-se símbolo do Ceará , e o filho, Moacir nascido de seus amores com o colonizador branco Martim representa o primeiro cearense, fruto da integração das duas raças.

Em Iracema, a relação amorosa entre a jovem índia e o fidalgo português Martim, domina toda a obra.

Toda a força poética do livro advém dessa relação amorosa; o demais, a saber, a natureza , a bravura selvagem, a lealdade do índio etc.., são elementos já tratados em O Guarani e posteriormente em Ubirajara. Por outro lado, a ação é reduzidíssima, o que dá ao livro um notável espaço lírico de que se valeu Alencar para escrever sua obra mais poética; A desorientação inicial de Martim, jovem fidalgo português, que se perdera nas matas... O surpreendente encontro coa jovem índia...A hospitalidade do selvagem brasileiro... O ciúme do guerreiro.... O amor entre os representantes das duas raças; Iracema e Martim... A nostalgia de Martim por sua terra natal, suas viagens e a tristeza de Iracema com a mudança inesperada de seu amado... O nascimento de Moacir, filho de dor, e a morte de Iracema... Essa é praticamente a síntese da fábula do livro.
A figura de Martim Soares Moreno é histórica, assim como a de Potí, o índio que o ajuda, conhecido em nossa história como Felipe Camarão.
Resumo
Iracema , a virgem tabajara consagrada a Tupã, apaixona-se por Martim, guerreiro branco inimigo dos tabajaras. Por esse amor abandona sua tribo, tornando-se esposa do inimigo de seu povo. Quando mais tarde percebe que Martim sente saudades de sua terra e talvez de alguma mulher, começa a sofrer. Nasce-lhe o filho, Moacir, enquanto Martim está lutando em outras regiões. Ao voltar, ele encontra Iracema prestes a morrer. Parte, então com o filho para outras terras.
Destaca-se, nesta obra , a linguagem bem elaborada de Alencar. O estilo é artisticamente simples, procurando recriar a poesia natural da fala indígena, plena de comparações e personificações, o que dá ao livro as características de um verdadeiro poema.
Professor do Anglo resume 'Iracema', romance de José de Alencar. A obra é leitura obrigatória da Fuvest e da Unicamp. Créditos: http://g1.globo.com/
Fontes: O Nordeste.com
Site do Governo do Estado do Ceará.

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