Mostrando postagens com marcador CRISE POLITICA. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador CRISE POLITICA. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 30 de junho de 2017

10 músicas sobre política no Brasil

ideologia

“Amigos costuma ter no partido do governo,
Mas em tempos de eleição
Decide mostrar-se contra e outros amigos encontra
Nas hostes da oposição.
Por motivo semelhante, quando esperam que ele jante
Em casa de um ministro ou
Que compareça ao banquete de alguém que esteja em manchete,
Ele come num bistrô.” T. S. Eliot

música brasileira, assim como sua gente, é mista e abarca uma variedade de gêneros. Dos mais diferentes tipos, passando por inúmeros trejeitos, atravessando gerações e ritmos, os compositores da terra tematizaram sobre política, de maneira crítica, panfletária, indignada ou persuasiva. O que também traz à tona outra característica rica e importante, fundamental, tanto para a música quanto para a política: a diversidade de opiniões que compõe uma democracia. Eleja o seu candidato preferido, eles desfilam com seus galardões. Noel Rosa, Cazuza, Adoniran Barbosa, Lobão, Raul Seixas, Nássara, João do Vale, Renato Russo, Arlindo Marques apresentam propostas.

1. Onde está a honestidade? (1933) – Noel Rosa

Logo na primeira metade da década de 1930, a música brasileira versava sobre política. E o título da canção era justamente “Onde está a honestidade?”, um samba de Noel Rosa lançado pelo próprio. Século depois, e a música continua atual, o que prova não apenas o poder de captura e síntese de Noel Rosa, como a percepção de que a crônica dos costumes nacionais não se alterou de maneira dramática dali pra cá. Ou talvez seja esse o drama. A letra não poderia ser mais precisa: “Você tem palacete reluzente/Tem joias e criados à vontade/Sem ter nenhuma herança nem parente/Só anda de automóvel na cidade/E o povo já pergunta com maldade:/‘Onde está a honestidade?’”.




2. A menina presidência (1937) – Nássara e Cristóvão Alencar

Em 1937, não se aventava a possibilidade de uma mulher governar o Brasil, ainda assim o gênero feminino se via presente na marchinha composta por Nássara e Cristóvão Alencar, lançada por Silvio Caldas na companhia da Orquestra Odeon. O título “A menina presidência”, era referência à disputa entre três homens ao cargo: Armando Salles de Oliveira, chamado de “seu Manduca” na letra, Oswaldo Aranha, tratado por “seu Vavá”, e Getúlio Vargas, o vencedor, na ocasião, referido como “seu Gegê”, que desejavam essa vitória como a uma mulher. A marchinha tornou-se vencedora de um concurso promovido pelo jornal “A Noite”, intitulado “Quem Será o Homem?”.




3. Se eu fosse Getúlio (1954) – Arlindo Marques Jr. e Roberto Roberti

Em 1954 a palavra “mamata” já estava tão impregnava no dia a dia dos brasileiros, e da política do país, que foi parar, com justiça, numa marchinha de Arlindo Marques Jr. e Roberto Roberti, que dá boa medida dos feitos de nossos representantes quando ocupam cargos públicos. “Se eu fosse Getúlio”, dava dicas ao ditador sobre como solucionar os graves problemas sociais e econômicos que assolavam a nação. Cheia de ironia e cinismo, a receita era aparentemente simples, questão de colocar os doutores e funcionários públicos para trabalhar. “Mandava muita loura/Plantar cenoura/E muito bonitão/Plantar feijão/E essa gente da mamata/Eu mandava plantar batata”.



4. Sina de Caboclo (1964) – João do Vale e J. B. de Aquino

Dez anos depois do suicídio de Getúlio Vargas o Brasil saía de uma ditadura e entrava em outra. Logo no primeiro ano do período de chumbo que transcorreu no país de 1964 a 1985, o compositor João do Vale lançou no espetáculo “Opinião”, de Paulo Pontes, Ferreira Gullar, Armando Costa e Oduvaldo Viana Filho, dirigido por Augusto Boal, em que contracenava com Nara Leão e Zé Kéti, a música “Sina de Caboclo”, parceria com J. B. de Aquino. Nela, os compositores se rebelam contra a exploração dos patrões ao trabalhador rural. Gravada por Nara Leão no mesmo ano, a canção apresenta, logo no início versos de força e resistência: “Mas plantar pra dividir/Não faço mais isso, não”.




5. Despejo na favela (1969) – Adoniran Barbosa

Não é por falta de mérito que Adoniran Barbosa é tido e havido como cronista. Além de capturar o sotaque e a prosódia específica da população paulista descendente da colônia italiana que aportou no Brasil, e da qual fazia parte, o compositor se sensibiliza com as questões mais rotineiras e diárias vividas pela população, das trágicas às cômicas, sempre com um toque de incentivo. “Despejo na favela”, de 1969, foi lançada pelo sambista Nerino Silva no compacto do V e último “Festival da Música Popular Brasileira” produzido pela TV Record. No samba, fica clara a maneira desonesta e intolerante com que os políticos brasileiros comandam as remoções dos moradores mais pobres. Em 1980, foi regravada por Adoniran em parceria com Gonzaguinha.





6. Inútil (1985) – Roger Moreira

Com a abertura para a democracia na política brasileira a música também se abriu para um novo ritmo, a princípio estrangeiro, mas temperado com o estilo tupiniquim de se comunicar. O rock nacional dos anos 1980 apresentou bandas e compositores com diferentes embalagens e conteúdos. Em São Paulo, um dos maiores destaques foi o “Ultraje a Rigor”, liderado pelo vocalista Roger Moreira, autor da emblemática canção “Inútil”. Além de fazer troça com a forma oral de se expressar, ignorando os plurais, ainda lançava ácidas críticas à capacidade dos brasileiros de definir os próprios destinos. “A gente não sabemos escolher presidente/a gente não sabemos tomar conta da gente”.




7. Que País É Este? (1987) – Renato Russo

1987 foi um ano profícuo de canções com referência à política brasileira. Nenhuma delas elogiosa. Um dos que estendeu a bandeira com maior propriedade e relevância foi o compositor e vocalista da banda “Legião Urbana”, Renato Russo. O protesto tornou-se tão simbólico que é hoje praticamente um ditado popular: “Que País É Este?”. A música aborda de forma direta e narrativa episódios de corrupção e violência na política brasileira, e ainda chama a responsabilidade a todos, antes de chegar ao início do processo que teria se dado logo na “apropriação” do país pelos portugueses, quando o autor clama aos que aqui estiveram primeiro. “Quando vendermos todas as almas/Dos nossos índios num leilão”.




8. Cowboy Fora Da Lei (1987) – Raul Seixas e Cláudio Roberto

Raul Seixas é um artista iminentemente político, talvez por esse poder de transformação associado à sua figura tenha permanecido com tanta força como uma figura popular e lendária. Depois de lançar vivas e efetivamente fundar os preceitos de uma “Sociedade Alternativa”, além de pregar ensinamentos cósmicos e de rebeldia, o “Maluco Beleza” lançou, em 1987, as suas considerações sobre assumir um cargo público. “Cowboy Fora Da Lei”, parceria com Cláudio Roberto, debocha, logo no início, da forma arcaica e coronelista que fundou grande parte da nossa política. “Mamãe não quero ser prefeito/Pode ser que eu seja eleito/E alguém pode querer me assassinar”.




9. Panamericana [Sob o sol de Parador] (1989) – Lobão, Arnaldo Brandão e Tavinho Paes

Em 1989 o compositor Lobão dispara para todos os lados no desabafo contra as maneiras truculentas e com uso da violência de se fazer política na América Latina. Na canção “Panamericana [Sob o sol de Parador]”, parceria com Arnaldo Brandão e Tavinho Paes não se alivia a barra para “os ditadores do Partido Colorado”, “os guerrilheiros de Farrabundo Marti”, “os assassinos dos índios brasileiros” ou os “fuzileiros do M – 19”, entre outros citados nominalmente ao longo da letra, que ainda conta com lembrança à histórica frase atribuída ao revolucionário Che Guevara: “Hay que endurecer, pero sin perder la ternura”. Lobão endurece com um rock de batida potente e ágil.




10. Brasil (1988) – Cazuza e George Israel

Bem ao estilo de Cazuza, a música “Brasil”, parceria com George Israel, apresenta versos tão sintéticos quanto rascantes, um verdadeiro nocaute poético aos que se apoderavam do país em benefício próprio. “Brasil, mostra a tua cara!/Quero ver quem paga/Pra gente ficar assim!/Brasil, qual é o teu negócio?/O nome do teu sócio?/Confia em mim”. Após enumerar uma série de abusos e privações sofridas pela população brasileira, Cazuza deixa claro que o protesto e a indignação são, na verdade, uma declaração de amor. Lançada pelo compositor em seu álbum “Ideologia”, de 1988, foi regravada por Gal Costa no mesmo ano e virou tema de abertura da novela “Vale Tudo”.




Fonte: Site Esquina Musical

domingo, 4 de junho de 2017

9 dicas para debater a crise do governo Temer nas aulas


O Site Porvir reúne dicas de atividades para apoiar professores que desejam contextualizar o momento político do país com os seus alunos e a Academia Virtual de História tem a honra de compartilhar com seus seguidores essas dicas.


Poucos dias após ter completado um ano, o governo do presidente Michel Temer é abalado por denúncias de corrupção. Seja em casa, na escola ou nas redes sociais, estudantes têm contato com informações vindas de diferentes fontes, que nem sempre são confiáveis.
Para apoiar o professor a organizar o debate e facilitar o entendimento do noticiário por parte dos alunos, o Site Porvir passou a tarde da quinta-feira (18.05.2017) garimpando sugestões de atividades para serem trabalhadas em sala de aula. Abaixo, listamos 9 dicas. A Academia Virtual de História espera que seus seguidores também dê sua contribuição para o enriquecimento dessas dicas nos comentários. 
Explique o contexto político nacional e analise notícias com os alunos.

Antes de começar uma atividade, tenha certeza de que todos estão por dentro dos acontecimentos políticos. Faça um levantamento para entender quais são as principais dúvidas dos alunos e explique o significado de termos que podem gerar confusão, como delação premiadagovernabilidade e Operação Lava Jato.

Não se esqueça de usar notícias para aproximar o tema do cotidiano dos alunos. Você pode aproveitar o debate público para propor uma análise da denúncia publicada no Jornal O Globo, que revela o possível aval de Temer para a compra do silêncio do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Aproveite o gancho para também ajudar a turma a analisar sites e identificar conteúdos falsos.
Mostre quais são os possíveis cenários para o país após a delação da JBS.

Diante da delação premiada de Joesley Batista, o governo de presidente Michel Temer entrou em um momento de grande instabilidade. A declaração de um dos donos do grupo JBS, que está entre os maiores produtores mundiais da indústria alimentícia, abalou a confiança da base governista no Congresso. Com isso, não faltam especulações do que pode acontecer daqui para frente.

Tente apresentar para os alunos quais são os caminhos para a presidência do país, explicando o que acontece em caso de renúncia, impeachment, abertura de processo no Supremo ou cassação. Divida a sala em grupos e peça para cada um pesquisar melhor sobre um tema e os seus desdobramentos.
Use as redes sociais para pesquisar a repercussão do assunto.

Leve em consideração que o debate político também acontece nas redes sociais. Incentive que os alunos façam pesquisas sobre a repercussão dos noticiários no TwitterFacebook e outros canais. Eles também podem aproveitar a linguagem da internet para criar memes que explicam alguns dos principais temas da política.

Com a ferramenta Storify, também é possível criar uma linha do tempo com postagens das principais redes sociais. Os alunos podem fazer um trabalho de curadoria para analisar quais são os conteúdos mais relevantes publicados por usuários.
Organize rodas de conversa para debater o cenário político do país.

Depois de trabalhar o tema em sala de aula e tirar eventuais dúvidas, organize um debate para que os alunos aprendam a emitir opiniões com responsabilidade. Tente diferenciar fatos de opiniões e faça a simulação de um julgamento para eles aprenderem de forma prática.

Trabalhe com atividades que exercitam a empatia. Aprender a se colocar no lugar do outro pode ajudar a evitar desentendimentos e também incentivar a compreensão de argumentos diferentes. Veja algumas dicas publicadas no Porvir para evitar conflitos na sala de aula e incentivar que as crianças e adolescentes sejam mais tolerantes.
Estabeleça relações com momentos da história.

Que tal contextualizar o momento e mostrar para os alunos que a política nacional já passou por outros períodos de instabilidade? Aposte em vídeos, infográficos, animações e até mesmo jogos para relembrar acontecimentos históricos, como a renúncia do presidente Jânio Quadros, o período regencial e o processo de impeachment de Fernando Collor.

Organize os alunos em grupos e fale para eles montarem uma linha do tempo, resgatando momentos de instabilidade e fazendo o levantamento de quais foram os seus impactos no desenvolvimento político, econômico e social do país.
Relacione a instabilidade política com aspectos econômicos.

A instabilidade política prejudica a confiança das empresas em investir porque fica difícil fazer previsões em relação a taxas de juros, cotação do dólar, preços das matérias-primas, do transporte dentro de uma semana, um mês ou um ano.

A interpretação de gráficos e tabelas ganha importância e pode ser interessante trabalhar o conceito porcentagem e crescimento porcentual usando tanto os valores das ações quanto do próprio índice IBOVESPA. Todos os setores da economia sofrem, mas alguns exportadores podem sair ganhando com a alta do dólar e suas ações (ainda que timidamente) sobem. Por que não olhar o fechamento da bolsa e trabalhar as vantagens do Brasil no comércio internacional?
Peça para os alunos relacionarem decisões políticas com as suas vidas.

Como a instabilidade política afeta a minha vida e a minha comunidade? Peça para os alunos refletirem sobre essa questão e relacionarem os rumos políticos do país com acontecimentos locais.

Dentro dessa proposta, estimule que os alunos exercitem diferentes habilidades para produzir conteúdos informativos, como programas de rádio, reportagens em vídeo, jornais e até mesmo blogs sobre os impactos das mudanças políticas nas suas comunidades.
Pesquise sobre renúncia, impeachment ou cassação de presidentes em outros países.

Ampliar o entendimento global dos alunos também é importante para que eles entendam como os acontecimentos nacionais repercutem em outros países e vice-versa. Incentive que os alunos desenvolvam habilidades de pesquisa enquanto fazem um levantamento de casos históricos de renúncia, impeachment ou cassação de presidentes.

Eles podem fazer pesquisas de países que já passaram por situações semelhantes, analisando os impactos da instabilidade política em cada contexto. Com essa atividade, também é possível trabalhar aspectos históricos e geográficos globais.
Elabore atividades para estimular a participação política e cidadã dos alunos.

As notícias do cenário atual podem ser pouco animadoras, mas não deixe que isso distancie os jovens da política. Lembre-se de que é importante estimular a participação cidadã e também é necessário mostrar para os alunos que a política faz parte do cotidiano deles. Após trabalhar a instabilidade política em sala de aula, incentive que os eles sejam propositivos e surgiram projetos para melhorar a situação econômica e social do país.

Aproveite o momento para falar sobre instâncias de participação política e incentive que a turma se mobilize em torna de uma causa. Os alunos podem criar campanhas socioambientais, construir um projeto de impacto social ou até mesmo instaurar instâncias de participação dentro da escola, como grêmios e assembleias.
Fonte: Site Porvir com adaptações de Artur Ricardo

HISTÓRIA DE PACOTI - CEARÁ

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...