Foto: Serra do Maciço de Baturité/Ceará.
O início do processo data no ano de 1702, quando foi concedida a primeira
sesmaria na área do Município de Redenção (Acarape), na Serra do Acará, no Poço
Paracupeba. Entretanto as terras do Maciço continuaram sem uma efetiva ocupação
até a segunda década do século XVIII, quando foi ocupada parte da região
atualmente denominada Aracoiaba.
Várias sesmarias foram concedidas na Serra de Baturité entre os anos de
1718 a 1736. Em 1738 foi tomada a parte poente da serra, na região da atual
Aratuba. Em 1740, os irmãos Arnáu, Sebastião e Cristóvão Holanda, junto com
Manoel Ferreira da Silva, viúvo de Maria Trindade Holanda habitaram,
temporariamente, a Serra. Os descendentes destes pioneiros são alguns dos
responsáveis pela colonização de grande parte do Maciço de Baturité. Muitos de
seus quintos e sextos netos, ainda têm propriedades em Aratuba, Baturité,
Guaramiranga, Mulungu e Pacoti.
Em 1758 nasceu a missão Nossa Senhora de Palma, através do alvará que a
transformou em freguesia em 1762. Em 1764 foi fundada a Vila Real, com território
abrangendo toda a vertente ocidental da Serra de Baturité, exceto Ocara e
Palmácia, cujos territórios pertenciam a Quixadá e Maranguape, respectivamente.
O nome Baturité foi adotado em 1841, com a Lei Nº. 226, quando foi criada a
Comarca com sede na Vila de Baturité e jurisdição sobre todo o território de Canindé
e Imperatriz, atual Itapipoca. Em agosto de 1858, a Vila de Baturité foi elevada à
categoria de cidade. Baturité, de meados da década de 60 até os finais do século
XIX, acompanhava o ritmo geral de desenvolvimento do Ceará, sem dúvida,
impulsionado por dois fatos relevantes. Primeiro, o longo período praticamente sem
secas, entre 1845 e 1877. Segundo, nos anos da Guerra da Secessão nos Estados
Unidos, de 1861 a 1865, que aumentara fortemente o comércio do algodão com a
Inglaterra, temporariamente privada do produto americano.
O Ceará revelava-se propício ao cultivo de algodão, que antes era utilizado
apenas para artefatos indígenas ou para confecção de tecidos rústicos usados pelos
escravos. Em pouco tempo, sua produção suplantou a das províncias vizinhas,
atingindo alta cotação internacional. Em parte do Maciço e no Sertão de Canindé, a
cotonicultura aliada à criação de gado foi largamente difundida e a região teve rápida
expansão econômica. A antiga Montemor e atual Cidade de Baturité passaram a ser
ponto de convergência regional.
Os primeiros sesmeiros que se estabeleceram na Região do Maciço, sendo
originários de Pernambuco, introduziram na área a cultura da cana-de-açúcar e a
partir de 1740, começaram a surgir as primeiras usinas de açúcar, que, segundo
alguns historiadores, localizavam-se na área de Redenção.
Outro fator histórico de grande repercussão nacional foi a libertação
antecipada dos escravos no Município de Redenção, antes denominado Acarape,
que foi desmembrado de Baturité. O município foi criado em 1868, com sede no
núcleo Acarape, elevado na ocasião à categoria de vila, com a instalação da
Câmara Municipal ocorrendo em 1871, tendo sido o quadragésimo segundo
Município a ser criado no Estado do Ceará.
Nesse mesmo dia foi assinada lei autorizando o Presidente da Província,
Francisco Inácio Marcondes Homem de Melo, a despender, anualmente, quinze mil
réis com a libertação de escravos, preferencialmente mulheres. Em 1882, era
fundada a Sociedade Redentora Acarapense e em 1883 foi feita comunicação ao
Imperador, da abolição da escravatura no Município.
Acarape passou a se chamar Redenção em homenagem ao fato de ter sido a
primeira vila brasileira a libertar totalmente os seus escravos negros, fato esse que
aconteceu em 1883. O topônimo Acarape foi dado em 1926 ao antigo distrito de
Cala-Boca.
A partir da segunda década do século XIX, vários fatores passam a favorecer
a ocupação progressiva da Serra de Baturité. Essa década foi marcada por intensa
divergência política e ideológica acentuada em violentas batalhas entre brasileiros e
portugueses, entre monarquistas e republicanos. Além disso, havia uma incidência
de peste.
Em 1817, aconteceu a revolta republicana apoiada pelos Alencar; em 1822, a
Independência; em 1823, a dissolução da Assembléia Constituinte e em 1824 a
Confederação do Equador, além da seca e epidemia de varíola. É nesse contexto que surgem as primeiras experiências de plantio de café no
Estado. De acordo com Senador Pompeu, as primeiras sementes do café chegaram
ao Ceará através da Serra do Araripe em 1822, e dali se mandaram algumas para o
Capitão Antônio Pereira de Queiroz Sobrinho, que as plantou no Sítio Munguaípe,
na Serra de Baturité. Logo depois, em 1824, Felipe Castelo Branco, também realiza
experiência com o plantio de café no Sítio Bagaço, posteriormente denominado
Correntes, no atual Município de Guaramiranga.
A partir dos sítios de café consolidaram-se as povoações que deram lugar ao
conjunto das atuais cidades da Região. Dessa forma começa também o processo de
agressão ambiental, onde a floresta tropical passa a ser desmatada de forma
predatória, tanto para possibilitar a agricultura, bem como a manipulação da madeira
para geração de energia e sua utilização em atividades construtivas.
Desta feita a Região do Maciço de Baturité teve sua configuração iniciada,
portanto, a partir do século XVII, e tal como hoje é percebida, inclui 13 cidades,
várias vilas e distritos, formando uma verdadeira rede urbana, distribuída pelos
municípios de Baturité, Acarape, Aracoiaba, Aratuba, Barreira, Capistrano,
Guaramiranga, Itapiúna, Mulungu, Ocara, Pacoti, Palmácia e Redenção.
Cidade de Acarape / Ceará
Estação Ferroviária de Acarapé restaurada
Cachoeira Paracubepa - Redenção.
Cidade de Redenção / Ceará.
Açude na cidade de Barreira / Ceará.
Cidade de Barreira / Ceará.
Avenida João Felipe na Cidade de Ocara / Ceará.
Praça Central de Ocara / Ceará.
Praça de Santa Luzia em Baturité / Ceará.
Cidade de Itapiúna / Ceará.
Vista panorâmica de Capistrano / Ceará.
Cidade de Guaramiranga / Ceará.
Guaramiranga / Ceará.
Guaramiranga / Ceará.
Praça Central de Aratuba / Ceará.
Praça e Igreja Matriz de Aratuba / Ceará.
Cidade de Mulungu
Igreja Matriz de Mulungu / Ceará.
Cidade de Pacoti / Ceará.
Centro da Cidade de Pacoti / Ceará.
Entrada da Cidade de Pacoti / Ceará.
Igreja no centro da cidade de Palmácia / Ceará.
Praça da Matriz de Palmácia / Ceará.
Fonte:
Brasil. Ministério do Desenvolvimento Agrário
Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável: Território Cidadania Maciço do Baturité – MDA/SDT/CONSAD Fortaleza: Instituto
Agropolos do Ceará, 2010.
Fotos dos arquivos pessoas de Artur Ricardo e Google.
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