Por Danilo Cezar Cabral | Edição 125
Nos campos de concentração nazistas, oficiais alemães trancavam prisioneiros em salas que eram infestadas de pesticida. As câmaras não foram o primeiro método de extermínio em massa usado pela Alemanha. Até 1941, oficiais da SS (a polícia militar de Hitler) eliminavam pequenos grupos de prisioneiros em caminhões de transporte, trancando-os em caçambas seladas que recebiam monóxido de carbono do escapamento. A técnica foi adaptada a salas trancadas e logo a fumaça de caminhão foi trocada por pesticida, mais barato e eficiente. A primeira aplicação em humanos rolou em agosto de 1941. As vítimas foram um grupo de prisioneiros russos. Para não serem acusados de crime de guerra, os alemães deixaram de enterrar os corpos em valas comuns e passaram a queimá-los.
INDÚSTRIA DA MORTE
O extermínio nas câmaras de gás era rápido, eficiente e não deixava vestígios.
Último banho
Idosos, crianças, pessoas doentes ou com limitações físicas não serviam para o trabalho nos campos de concentração e eram encaminhados para execução. A fim de evitar o pânico, soldados e médicos diziam aos prisioneiros que eles passariam por um banho e receberiam roupas limpas para se juntar a amigos e familiars
Terrível contra os humanos
O Zyklon B era usado principalmente para eliminar piolhos e insetos dos presos. Em Auschwitz, o maior campo de concentração nazista, apenas 5% da remessa do produto era usada nas câmaras de gás. Para não desesperar as vítimas, o veneno foi manipulado quimicamente para não emitir odor Dando um gás Equipamentos para ativação e exaustão do gás eram instalados em salas ao lado das câmaras. O Zyklon era colocado em um compartimento de metal para ser aquecido e gerar vapor. Após 30 minutos de queima, com todos nas câmaras já mortos, os exaustores sugavam o gás, permitindo a retirada dos corpos
Agonia coletiva
As câmaras de Auschwitz comportavam 800 pessoas – se houvesse lotação, quem sobrava era executado a tiros na hora. Quando o veneno começava a fazer efeito, as pessoas se distanciavam das saídas de gás e se amontoavam nas portas. Crianças e idosos eram esmagados por causa do pânico geral
Nuvem letal
O gás venenoso, baseado em cianeto de hidrogênio, interferia na respiração celular, tornando as vítimas carentes de oxigênio. O resultado era morte por sufocamento após crises convulsivas, sangramento e perda das funções fisiológicas. A morte era lenta e dolorida. Em média, da inalação ao óbito, o processo durava 20 minutos
De volta ao pó
Os sonderkommando limpavam as câmaras. Eles verificavam a arcada dentária, em busca de dentes de ouro e objetos de valor, como joias escondidas na boca das vítimas. Depois, queimavam os corpos em fornos gigantes para eliminar qualquer vestígio do processo de extermínio
A arquitetura da destruição
As câmaras, geralmente construídas no subsolo, eram interligadas para facilitar o fluxo e a retirada dos corpos. Os sonderkommando, prisioneiros encarregados de auxiliar no processo de extermínio, ficavam alojados no mesmo piso das câmaras e isolados dos demais trabalhadores
Fontes:
Livros - Five Chimneys: The Story of Auschwitz, de Olga Lengyel; Eyewitness Auschwitz: Three years in the Gas Chambers, de Flip Müller; e Inside de GasChambers: Eight Months in the Sonderkommando of Auschwitz, de Shlomo Venezia.
Site: holocaustresearchproject.org
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